Todos conhecemos a conhecida letra e música de Vinicius de Moraes, Tarde em Itapoã, em que o poetinha "com um velho calção de banho", num "dia p'ra vadiar", observa "um mar que não tem tamanho" e "um arco-íris no ar".
Terá alguém conseguido fazer melhor descrição de um dia de tal forma descansado ao ponto de "com olhar esquecido, no encontro de céu e mar, bem devagar ir sentindo a terra toda rodar..." ?
É dificil encontrar esse dia nas nossas vidas ocupadas, o que não quererá dizer que não o deveremos incessantemente buscar, como apanágio da nossa felicidade e encontro com aquilo que é também nossa obrigação: desfrutar. Porque desfrutar também é cultura. E, "enquanto o mar inaugura, um verde novinho em folha, argumentar com doçura, com uma cachaça de rolha..."
Não é coincidência que Valparaíso foi também imortalizada numa canção chilena. Valparaíso é uma cidade de forte actividade cultural, onde viveu, a título de exemplo, Pablo Neruda, que lhe dedica uma Ode.
Com intuito de , convivendo e relembrando grandes intelectuais e senhores do Mundo, declamando poemas ou literatura, contar histórias e escrevendo, na procura de que se faça luz nas nossas cabeças e se criem novos ideais, foi este princípio de noite em Valparaíso o cenário escolhido.