sábado, 25 de setembro de 2010

Alguém quer um par de boxers usados?

É um facto que todas as religiões possuem um sistema de crenças baseado no sobrenatural. Entre muitas crenças, uma delas é a purificação do corpo, que tem como objectivo a purificação da alma. Este ritual é uma característica comum a todas as religiões, cujo objectivo é remover quaisquer impurezas antes de se proceder à adoração de uma Divindade.

Cerca de três mil anos antes de Cristo, os sacerdotes do Antigo Egipto entravam em procissão nos templos com trajes brancos, purificavam-se com água e queimavam incenso. Na Grécia Antiga, os sacerdotes purificavam os fiéis derramando sobre eles água salgada, envolvendo-os em fumo e tocando o sino que afugentava os maus espíritos.

Numa fase da Humanidade em que muitas crenças foram desprezadas, descontextualizadas e mesmo desacreditadas devido ao avanço da ciência e da tecnologia, o ser humano continua, consciente ou não, a praticar rituais de toda a espécie. O caso do baptismo e o facto da noiva se vestir de branco no dia do seu casamento, são os casos mais comuns, conhecidos e talvez, mais banais para nós.

Há dias ouvi uma história que me fascinou. Esta história foi-me contada na primeira pessoa por uma mulher inteligente, auto-confiante, independente e a quem tenho o orgulho de chamar minha amiga.
Pessoa pouco dada a aventuras despegadas e sem base emocional, tão comuns nos dias que correm, teve em 32 anos de vida, 3 namorados. Até aqui nada de novo. Extraordinário é o ritual que esta mulher executa sempre que inicia uma relação amorosa.
Este ritual consiste na renovação do seu armário no que à roupa interior diz respeito, ou seja, compra peças de roupa interior todas novas e desfaz-se de toda a roupa (interior) existente no seu armário, que até aí teve contacto com o amante passado. Fantástico! Acredito que este comportamento materializa uma entrega total ao objecto da sua paixão e de rompimento com o passado, passado esse que é tantas vezes alvo de ciúme e que neste caso morre... à nascença. Mas mais importante do que o ciúme (que quando lidado da melhor maneira pode até ser um reforço do amor), esta mulher apresenta-se renovada, purificada, como se fosse a primeira e única vez que se entrega... porque na realidade é isso que acontece! Cada amor é único, absoluto e deve ser vivido como tal, como se, cada vez que amamos, conseguissemos ser uma folha em branco para que em nós pudessem ser escritos os mais belos poemas de amor ou simplesmente rabiscos de planos futuros.
Benditos todos aqueles, homem ou mulher, que se purificam antes de procederem à adoração de uma (nova) Divindade.

1 comentário:

joana anahory disse...

LOVE it