Fins de tarde em Valparaíso

O Chile, apelidado por muitos de país de políticos e escritores, foi ímpar na proliferação de intelectuais através das suas tertúlias. Imaginando-nos sentados naquelas duas cadeiras, passemos tardes em esplanadas e cafés cheios em Valparaíso, cidade magnífica do Chile, convivendo e relembrando grandes intelectuais e senhores do Mundo, declamando poemas ou literatura, contando histórias e escrevendo... na procura de que se faça luz nas nossas cabeças e se criem novos ideais. Sentem-se aí.


sexta-feira, 1 de julho de 2011

Viajar, voar e aterrar





Publicada por Fernando Arrobas à(s) 21:03
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Etiquetas: Fotografia

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Princípio de noite em Valparaíso

Princípio de noite em Valparaíso
Todos conhecemos a conhecida letra e música de Vinicius de Moraes, Tarde em Itapoã, em que o poetinha "com um velho calção de banho", num "dia p'ra vadiar", observa "um mar que não tem tamanho" e "um arco-íris no ar".

Terá alguém conseguido fazer melhor descrição de um dia de tal forma descansado ao ponto de "com olhar esquecido, no encontro de céu e mar, bem devagar ir sentindo a terra toda rodar..." ?

É dificil encontrar esse dia nas nossas vidas ocupadas, o que não quererá dizer que não o deveremos incessantemente buscar, como apanágio da nossa felicidade e encontro com aquilo que é também nossa obrigação: desfrutar. Porque desfrutar também é cultura. E, "enquanto o mar inaugura, um verde novinho em folha, argumentar com doçura, com uma cachaça de rolha..."

Não é coincidência que Valparaíso foi também imortalizada numa canção chilena. Valparaíso é uma cidade de forte actividade cultural, onde viveu, a título de exemplo, Pablo Neruda, que lhe dedica uma Ode.

Com intuito de , convivendo e relembrando grandes intelectuais e senhores do Mundo, declamando poemas ou literatura, contar histórias e escrevendo, na procura de que se faça luz nas nossas cabeças e se criem novos ideais, foi este princípio de noite em Valparaíso o cenário escolhido.


Ode a Valparaíso - P.N.

VALPARAÍSO, qué disparate eres, qué loco, puerto loco, qué cabeza con cerros, desgreñada, no acabas de peinarte, nunca
tuviste tiempo de vestirte, siempre te sorprendió la vida, te despertó la
muerte, en camisa, en largos calzoncillos con flecos de colores, desnudo con un
nombre tatuado en la barriga, y con sombrero, te agarró el terremoto, corriste
enloquecido, te quebraste las uñas, se movieron las aguas y las piedras, las
veredas, el mar, la noche, tú dormías en tierra, cansado de tus navegaciones, y
la tierra, furiosa, levantó su oleaje más tempestuoso que el vendaval marino, el
polvo te cubría los ojos,las llamas quemaban tus zapatos, las sólidas casas de
los banqueros trepidaban como heridas ballenas, mientras arriba las casas de los
pobres saltaban al vacio como aves prisionerasque probando las alas se
desploman.Pronto,Valparaíso,marinero,te olvidasde las lágrimas, vuelvesa colgar
tus moradas, a pintar puertas verdes, ventanas amarillas, todo lo transformas en
nave, eresla remendada proa de un pequeño, valeroso navío.La tempestad corona
con espuma tus cordeles que cantan y la luz del océano hace temblar camisas y
banderasen tu vacilación indestructible.Estrellaoscuraeres de lejos, en la
altura de la costa resplandeces y pronto entregas tu escondido fuego, el vaivén
de tus sordos callejones, el desenfado de tu movimiento, la claridad de tu
marinería. Aquí termino, es esta oda, Valparaíso, tan pequeña como una camiseta
desvalida, colgando en tus ventanas harapientas meciéndose en el viento del
océano, impregnándose de todos los dolores de tu suelo, recibiendo el rocío de
los mares, el beso del ancho mar colérico que con toda su fuerza golpeándose en
tu piedra no pudo derribarte, porque en tu pecho austral están tatuadas la
lucha, la esperanza, la solidaridad y la alegría como anclas que resisten las
olas de la tierra.

Pablo Neruda


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