É com grande honra que escrevo neste espaço privilegiado, local onde poetas, cientistas, exploradores, músicos e pensadores de todo o mundo, imortais de todos os tempos, se reunem aqui nesta mesa. Para a minha primeira publicação escolhi homenagear um herói dos nossos tempos.
Hoje chega até nós Amyr Klink, explorador, aventureiro, escritor e comandante de embarcação. Amyr Klink nasceu em São Paulo no dia 25 de Setembro de 1955, filho de pai libanês e mãe sueca. Começou a frequentar a região de Paraty, no estado do Rio de Janeiro com a família quando tinha apenas dois anos de idade. Esta cidade histórica do litoral brasileiro é o lugar que o inspirou a viajar pelo mundo. Desde 1965 que é coleccionador de canoas antigas, e talvez essa paixão infantil por canoas fosse a antecâmara para a grande paixão da sua vida adulta: a de navegar sozinho.
Em 1978, realizou a travessia solitária de Santos-Paraty em canoa e em 1980 realizou de catamaran o trecho Paraty-Santos e Salvador-Santos, igualmente em catamaran durante 22 dias. Ambas aventuras seriam meramente treino para o feito que iria permitir que escrevesse o seu nome na história: este ocorreu entre o dia 10 de Junho a 19 de Setembro de 1984 quando realizou a travessia solitária, num barco a remo, do Oceano Atlântico! Foi um percurso de sete mil quilómetros entre Luderitz, Namíbia e Salvador, na Bahia. Foram exactamente 100 dias que Amyr demorou a alcançar essa façanha inédita, descrevendo na perfeição a viagem com todos os sobressaltos e imprevistos a serem pormenorizadamente relatados no seu livro "Cem dias entre céu e mar".
Constantemente insatisfeito e com o impossível no seu horizonte, iniciou, em Dezembro de 1989, o Projecto de Invernagem Antárctica, mais uma vez em solitário, a bordo do veleiro polar "Paratii", quando percorreu 27 mil milhas da Antárctica ao Ártico, em 642 dias. Os livros "Paratii - Entre dois pólos" e "As janelas do Paratii" relatam e ilustram esta aventura. A 31 de Outubro de 1998 abraçou mais um projecto inigualável: "Antárctica 360" - uma volta ao mundo pelo caminho mais difícil: a circunavegação em torno do continente gelado. Durante 79 dias, Amyr Klink enfrentou sozinho os mares mais imprevisíveis do planeta e muitos icebergs. É no livro “Mar sem Fim” que se encontra o relato desta viagem.
Que as suas viagens e façanhas nos inspirem, a todos, a viajar mas também que as nossas viagens nos tornem ainda mais sonhadores e humildes pensadores... passo agora a palavra a quem já esteve, está e estará para sempre em movimento, qual rapazinho de 10 anos, na sua eterna canoa:
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias e imagens, livros ou televisão. Precisa viajar por si, com seus olhos e com os seus pés. Para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e ir simplesmente, ver.” Amyr Klink
O Chile, apelidado por muitos de país de políticos e escritores, foi ímpar na proliferação de intelectuais através das suas tertúlias. Imaginando-nos sentados naquelas duas cadeiras, passemos tardes em esplanadas e cafés cheios em Valparaíso, cidade magnífica do Chile, convivendo e relembrando grandes intelectuais e senhores do Mundo, declamando poemas ou literatura, contando histórias e escrevendo... na procura de que se faça luz nas nossas cabeças e se criem novos ideais. Sentem-se aí.
1 comentário:
Mas que bem!! :)
Concordo plenamente. A melhor lição de vida tem-se ao viajar.
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