16:00, dia 1 de Agosto de 2008
Já há dois dias na Eslovénia, partiremos hoje de madrugada para Budapeste.
Estamos a chegar a Bled, uma vila no interior da Eslovénia, a cerca de uma hora de Ljubjlana, a capital. Estamos no autocarro parados no trânsito, o que nem se pode afirmar como totalmente mau por estes lados, pois permite-nos olhar atentamente, e sem pressa, a paisagem desta “verde” Eslovénia.
Mesmo sem vontade de sair da “cara” Veneza, não perdemos o comboio, e após uma viagem de 4 horas sob um calor intenso, que chegámos a ter dúvidas se aguentaríamos dadas as precárias condições do comboio, chegámos, mesmo sem luz e ar condicionado, a Ljubjlana.
Andámos dois quarteirões com as pesadas mochilas às costas e descobrimos a pousada da juventude onde tínhamos reservado as camas. Eram 2 da manhã e a recepção havia fechado às 22 horas.
Tocávamos à porta, minutos passavam. Gritávamos às janelas, ninguém; o pensamento de ser a primeira noite a dormir na rua era constante e já o entendíamos quase como uma certeza.
Felizmente, fruto de um dos pouco milagres que um cigarro pode fazer, um rapaz inglês veio até cá fora, até à zona de mesas ao ar livre, onde já nos preparávamos para pernoitar, e permitiu a nossa entrada. Sempre seria melhor dormir no lobby da recepção ao invés do relento.
Acabámos por adormecer na sala do pequeno-almoço, cada qual por um canto dessa pequena sala, quase um Hotel Ritz em Nova Iorque, comparado com uns poucos minutos antes. Aí, em cima de mesas e camas feitas com cadeiras, dormimos ainda perto de 5 horas até causarmos, provavelmente, aquele que foi o maior susto da vida de Tina, a recepcionista-camareira-cozinheira, enfim, a polivalente do Hostel, quando abriu a porta chegada ao emprego para calmamente colocar o pequeno-almoço na mesa aos hóspedes que se iam levantando, e encontrou 4 portugueses espalhados, mal tapados e a ressonar.
Explicámos a história e a impecável Tina não só nos deixou tomar o pequeno-almoço, como não pagar essa noite e tratou logo de nos arranjar umas camas para continuarmos como estávamos, embora o nosso maior sonho era acordado: uma cama.
O movimento no Hostel começou e imediatamente conhecemos logo novas pessoas outra vez, aconselhando-nos a ir aqui ou ali.
Após então umas horas de sono, já em camas, levantámo-nos e fomos em busca de Ljubljana, uma cidade da qual trazíamos uma excelente ideia.
E, de facto, revelou-se uma cidade muito bonita. Simples. Clássica em determinados pontos, mais moderna noutros, mas a simplicidade é a sua maior característica.
E a visita da tarde terminou com uma cerveja á beira-rio.
À noite, já no Hostel novamente, a festa foi grande, com alemães, australianas, holandeses, ingleses, holandesas, e terminou perto das 8 da manhã, após a saída para um festival e para a discoteca “Bachus” com o campeão de Surf da Eslovénia, que vestia uma T-shirt, imagine-se, do Algarve.
O check-out no Hostel era as 10h00. Como bons portugueses, levantámo-nos apenas ao meio-dia. Outros hóspedes, oriundos de mais a Norte da Europa, levantaram-se as 10:15 e sentiram-se na obrigação de ficar mais uma noite e pagá-la.
Quais os mais evoluídos ou retardados? Nestas viagens eu acho que os desenrascados são os primeiros.
Agora estamos já mesmo a chegar a Bled, um lago natural no meio das montanhas, onde a paisagem e o mergulho das nossas vidas nos esperam. Só depois pensaremos no jantar.
Na Eslovénia lidámos com os primeiros momentos de pressão da viagem, mas, na Eslovénia também, aprendemos, indubitavelmente, a respirar melhor.
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