18:15, dia 29 de Julho 2008
Finalmente um tempo para escrever.
Durante o dia, cada um à sua maneira, e com os seus próprios preparativos, derivados da sua própria personalidade, construiu a sua “casa às costas” e combinámos todos encontrar-nos às 21:30 na estação de comboio em Santa Apolónia.
Seria o último banho numa banheira que já sabemos controlar à nossa maneira a água quente e fria?
Seria o último momento de proximidade com uma máquina de lavar cujos botões sabemos carregar?
Seria a última refeição caseira terminada com banana, queijo e goiabada de sobremesa?
Os medos e a insegurança claro que nos assombravam antes de pôr os pés fora de casa com a promessa de voltar apenas 20 dias depois.
O comboio para Madrid partia então às 22 horas. A sua aparência dava indícios de que a viagem não seria fácil, mas rapidamente as amizades começaram: alemães, canadianos, vikings, chineses. Estávamos todos juntos na busca do Mundo novo que íamos a descoberta.
Imagino-me, porém, um jovem polaco ao mesmo tempo a esta hora, a decidir o itinerário da sua viagem e com dúvidas se viria até Portugal se chegasse até Madrid, visto que 10 horas para fazer 600 km não pode ser aceitável num país que queremos apregoar como desenvolvido.
Durante essas horas, alguns de nós dormimos, outros menos, mas o riso e a boa disposição foram a toada geral, influenciando, ou irritando, um comboio que se revelava monótono.
Chegados a Madrid, fomos procurar aquela, que mais tarde ou mais cedo, será a casa do nosso querido Cristiano Ronaldo, uma das referências a Portugal que mais estamos a espera de ouvir. Esta visita ao Santiago Barnabéu, estádio do colosso Real Madrid, vinha na perspectiva de fazer horas antes do nosso voo low cost até Milão que apenas partia as 14 horas.
Estamos agora perto de Brescia, onde trocaremos de comboio, para ir até Veneza. Em Bérgamo, Milão, fizemos algumas amigas, às quais pedimos informações que como é óbvio conhecíamos, mas que queríamos ouvir das belas bocas italianas, olhando-as nos também belos, e italianos, olhos azuis.
Bérgamo, voltamos qualquer dia. Para já, Veneza.
As expectativas estão altas, mas nestas viagens não há nada como não ter expectativas.
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