A cerveja é uma bebida fermentada. Acredita-se que tenha sido a primeira bebida alcoólica desenvolvida pelo homem e era já conhecida pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios, desde pelo menos 4 000 a.C.
Num ranking Europeu de 2007, no que diz respeito ao consumo de litros de cerveja por ano, a República Checa vem no primeiro lugar com uma média de 156.9 e Portugal vem no vigésimo lugar com 59,6.
Portugal encontra-se, no entanto, nos últimos lugares no que diz respeito à segurança rodoviária, chegando a morrer anualmente 2000 pessoas nas estradas. Apresentamos, de facto, um subdesenvolvimento considerável na área rodoviária: os relatórios do Ministério da Administração Interna não vão além das análises das estatísticas da GNR e PSP, não havendo sincera preocupação em diminuir a agressividade do meio, e no final ninguém está para colocar o cinto-de-segurança às crianças do banco de trás.
Urge a existência de investigações de carácter científico a propósito da sinistralidade, urge a formação cívica continuada, urge que as campanhas alcancem as pessoas. E o alcoolismo é um dos maiores problemas.
Não é por acaso que a cerveja atinge os índices relatados no primeiro parágrafo. A cerveja permite a alegria, o sorriso, o mais tímido dizer qualquer coisa, tornando-se, por vezes, no mais afoito.
Nos nossos anos académicos e de juventude, quantas são as tertúlias, as conversas, quantos são os jantares infindáveis e as saídas a noite, terminando apenas com a subtileza de quem vem varrer para perto de nós como quem diz “está na hora!”.
Acho até que das discussões (discussões no bom sentido) mais brilhantes que tive foram em mesas de restaurantes e cafés escolhidos a dedo, por serem baratos e estarem abertos até tarde, com um brilhozinho nos olhos.
Então no calor do Verão, na vivência concreta dos dias de praia, nos fins de tarde para sempre recordáveis, nas noites com camisa de manga curta, o quanto sabe bem uma cerveja…
E depois chegam-nos notícias de acidentes rodoviários por excesso de álcool…
Que se aproveite a cerveja para a diversão, para a cultura e para o convívio, não para conduzir melhor ou para o exibicionismo.
E aí penso: depois de quantas bem regadas “amenas cavaqueiras” não chega o tempo, já esgotada a conversa, das anedotas? Pois que se fique pelas anedotas ou se apanhe um táxi. Eu cá prefiro sempre as anedotas. Se exceptuarmos a hiena, nenhum ser vivo ri a não ser o ser humano. E não há nada como o prazer de rir.
A cerveja é a terceira bebida mais bebida no Mundo. À frente da "loira" estão somente o café e o leite. No meu entender, porém, viria com certeza, desde que com os verdadeiros amigos por perto, como a mais apreciada.
Aristóteles, quando perguntado sobre o que é ser um amigo, dizia “é uma alma em dois corpos”. A primeira vez que bebi uma cerveja tinha 15 anos e foi com o meu Pai. Desde esse dia que devia ter aprendido que qualquer coisa “sabe” sempre melhor com boa companhia.
Talvez a nossa geração necessite de exercitar a aproximação e a compreensão. É preocupante o tempo que se perde com outras coisas para além da amizade e outros valores mais nobres e não é desculpa dizer que o stress do mundo contemporâneo é que não permite. E eu atiro a primeira pedra.
O Chile, apelidado por muitos de país de políticos e escritores, foi ímpar na proliferação de intelectuais através das suas tertúlias. Imaginando-nos sentados naquelas duas cadeiras, passemos tardes em esplanadas e cafés cheios em Valparaíso, cidade magnífica do Chile, convivendo e relembrando grandes intelectuais e senhores do Mundo, declamando poemas ou literatura, contando histórias e escrevendo... na procura de que se faça luz nas nossas cabeças e se criem novos ideais. Sentem-se aí.
domingo, 19 de setembro de 2010
Amenas cavaqueiras e verdadeiras amizades
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