Gostar de quem não gosta de nós? E não gostar de quem gosta de nós? Acontece.
Quando se fala de sedução, pensa-se sempre na figura do sedutor. Habitualmente, nem se fala na figura do seduzido.
Nos múltiplos aspectos da vida, já todos passámos por ambos e se há verdade é que ninguém garante a fórmula da sedução. A única garantia, visto que já não vivemos na era do estilo “andar deprimido e de barba e cabelo comprido” é que lá mais para o Verão, a Primavera há-de chegar.
Mas se há verdade bem maior é que os primeiros namoricos, aos 15 anos, com os beijos na boca muito à pressa, eram bem mais simples. Hoje, jovens adultos, as exigências são naturalmente maiores. Ao início fantástico de qualquer relação, seguem-se naturalmente as desavenças: o grande stress do dia-a-dia, o trabalho avassalador e erradamente prioritário, o querer mudar o Mundo, as preocupações, os desgostos. Tudo razões para que uma relação não resulte. É a procura do sucesso que muitas vezes significa a perda da integridade e o afastamento da relação apaixonada.
A adicionar a falta de compreensão de Homens sobre Mulheres e de Mulheres sobre Homens, subitamente, ambos cansados, ambos desgastados, ambos impacientes, dão abertura a novas experiências e diferentes alegrias, que tragam novos fulgores e, imediatamente, mesmo que durante algum tempo na penumbra, grandes problemas.
Ainda vivemos numa era em que a traição masculina é natural e a feminina condenável. Como tal, com essa estigmatização, são muitos os casais que “sobrevivem” à infidelidade masculina e poucos os que ultrapassam a feminina.
De facto, há valores que devem ser revistos e o caminho deve ser o da infidelidade masculina se tornar condenável e não o da infidelidade feminina se tornar natural.
Nem todas as relações que correm mal acabam em traição. Há relações que, por mais que se tente não têm mesmo solução, mais valendo acabar, assumindo que a culpa é certamente dos dois. Mas a verdade é que até aí o binómio retoma: para o Homem a rapidez de acção abrevia o sofrimento e a Mulher economiza a dor.
Nunca ouvi, nem em filmes, a resposta concreta à pergunta “o amor existe?”, quanto mais acertar em qualquer uma destas matérias. Mas, no meio de tanta verdade, tenho de admitir que o título desta crónica é mentira. As mulheres acompanham um Homem com uma ideia. Eles é que, erradamente, às vezes, mais preocupados com as suas ambições de alcançar o Mundo, se esquecem que as mulheres delirantes, cheias de humor, de naturalidade e de sedução, têm de vir sempre em primeiro lugar, pois, no fim de tudo, se alguma coisa profundamente verdadeira se pode dizer é que elas, as mulheres virtuosas, valem muito mais do que nós.
O Chile, apelidado por muitos de país de políticos e escritores, foi ímpar na proliferação de intelectuais através das suas tertúlias. Imaginando-nos sentados naquelas duas cadeiras, passemos tardes em esplanadas e cafés cheios em Valparaíso, cidade magnífica do Chile, convivendo e relembrando grandes intelectuais e senhores do Mundo, declamando poemas ou literatura, contando histórias e escrevendo... na procura de que se faça luz nas nossas cabeças e se criem novos ideais. Sentem-se aí.
domingo, 19 de setembro de 2010
As mulheres não acompanham um Homem com uma ideia
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